DIREITO AO ESQUECIMENTO DIGITAL E RESSOCIALIZAÇÃO

limites e possibilidades no ordenamento jurídico brasileiro

Autores

  • Etiane Rodrigues Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP/RS)

Resumo

A era digital fixou a existência de registros de informações e trouxe novos desafios à proteção dos direitos fundamentais, em particular no que tange à privacidade e à dignidade humana. O conceito de direito ao esquecimento digital aparece como uma ferramenta para proteger a autodeterminação informacional e reduzir os efeitos da hiperconectividade, permitindo a exclusão ou a desindexação de certas informações pessoais. No Brasil, a falta de uma legislação específica e os conflitos entre liberdade de expressão, direito à informação e proteção da personalidade dificultam a implementação desse direito. Este artigo analisa o direito ao esquecimento digital sob a perspectiva de seus fundamentos legais, avaliando sua viabilidade como instrumento de reintegração social para indivíduos condenados. Para isso, são examinados os desafios normativos, as implicações no direito penal e na execução de penas, além da compatibilidade desse conceito com a reabilitação criminal e a exclusão de registros de antecedentes. Por fim, são propostas alternativas normativas e interpretações que busquem equilibrar a dignidade humana com a necessidade de assegurar segurança jurídica e acesso à informação. A abordagem utilizada integra análise doutrinária, jurisprudencial e normativa, incentivando uma reflexão sobre a urgência de regulamentar o direito ao esquecimento digital no Brasil, especialmente em sua relação com o processo de ressocialização.

Biografia do Autor

Etiane Rodrigues, Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP/RS)

Mestranda em Direito pela Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP/RS). Bacharel em Direito pela Faculdade Cenecista de Osório (CNEC/FACOS). Pós-graduada em Direito Penal, em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, em Gestão em Políticas Públicas Municipais. MBA em Políticas Públicas Municipais. Especialista em Prática Penal Avançada. Formada em Pensamento Sistêmico e Constelações com ênfase no Direito. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Patologias Corruptivas” (FMP/RS). Graduanda em Gestão Pública pela Uniritter. Advogada. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4500943038850441. E-mail: [email protected]

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Publicado

18-11-2025

Como Citar

Rodrigues, E. (2025). DIREITO AO ESQUECIMENTO DIGITAL E RESSOCIALIZAÇÃO: limites e possibilidades no ordenamento jurídico brasileiro. Revista De Direito Contemporâneo UNIDEP, 4(2). Recuperado de https://periodicos.unidep.edu.br/rdc-u/article/view/368